Bethania Camargo participa da palestra |
Leishmaniose não é transmissível, mas em alguns casos pode levar a morte; na forma cutânea, causa feridas na pele (Foto: Reprodução/EPTV) |
O que é a leishmaniose?
Thamires : A leishmaniose é um grupo de doenças. Há quatro principais
espectros da doença. A mais simples, menos grave, é a leishmaniose cutânea ou
tegumentar, que apresenta úlceras que dão na pele, geralmente em área exposta,
como braços, faces, perna. Tem uma forma mais grave da própria cutânea, que
chama cutânea difusa, que são lesões generalizadas no corpo inteirinho, lembra
muito a hanseníase mesmo. E outra forma cutânea é a muco-cutânea que, além de
pegar a pele, pega a mucosa- afeta o septo nasal, gengiva- é o que pessoal
chamava de "nariz de anta", "úlcera de bauru".Mas nada se
compara à leishmaniose visceral, também conhecida popularmente como calazar. E
cada uma dessas é causada por uma espécie diferente do gênero leishmania. A
leishmania não é uma bactéria nem um vírus. É um protozoário. Ela tem várias
espécies e cada uma é responsável por cada forma.
Leishmaniose cutânea causa lesões na pele (Foto: Reprodução EPTV/Edson de Oliveira) |
Quais sintomas a doença apresenta?
Thamires : As formas cutâneas apresentam úlceras. O que diferencia uma da outra é onde essas lesões aparecem. A visceral é causada pelo [protozoário] leishmania chagasi. É totalmente diferente da tegumentar. É uma doença sistêmica, que ataca o corpo inteiro. Os primeiros sintomas, às vezes, são fraqueza, adinamia [fraqueza muscular], sonolência, fadiga extrema. É uma doença muito difícil de identificar porque os sintomas são muito gerais. Os sintomas mais específicos aparecem, infelizmente, quando a doença já está mais avançada. A barriga começa a crescer porque o baço aumenta, febre muito alta, que não passa. Dos quatro tipos de leishmaniose é a de maior letalidade, mas tem tratamento.
Thamires : As formas cutâneas apresentam úlceras. O que diferencia uma da outra é onde essas lesões aparecem. A visceral é causada pelo [protozoário] leishmania chagasi. É totalmente diferente da tegumentar. É uma doença sistêmica, que ataca o corpo inteiro. Os primeiros sintomas, às vezes, são fraqueza, adinamia [fraqueza muscular], sonolência, fadiga extrema. É uma doença muito difícil de identificar porque os sintomas são muito gerais. Os sintomas mais específicos aparecem, infelizmente, quando a doença já está mais avançada. A barriga começa a crescer porque o baço aumenta, febre muito alta, que não passa. Dos quatro tipos de leishmaniose é a de maior letalidade, mas tem tratamento.
E como é feito o diagnóstico?
Thamires : As formas cutâneas podem ser identificadas por exame de sangue, mas o diagnóstico mais eficaz é feito a partir do esfregaço da lesão, que é analisado por um patologista. A visceral depende do exame de sangue ou biópsia do baço, para localizar o protozoário.
Thamires : As formas cutâneas podem ser identificadas por exame de sangue, mas o diagnóstico mais eficaz é feito a partir do esfregaço da lesão, que é analisado por um patologista. A visceral depende do exame de sangue ou biópsia do baço, para localizar o protozoário.
A leishmaniose deixa seqüelas?
Thamires : Para os casos de leishmaniose cutânea, a sequela é mais estética. Nunca vi um caso que não deixasse uma cicatriz. Na forma mais grave da cutânea, que é a muco-cutânea, por atingir as mucosas, o paciente pode ter uma sinusite crônica, por exemplo. Na visceral, a pessoa vai ficar mais fraca, mais sujeita a anemia, há piora do condicionamento cardiovascular, porque é uma doença que ataca o fígado e a medula óssea. Com o tempo, o paciente vai se recuperando, mas pode deixar sequela sim.
Thamires : Para os casos de leishmaniose cutânea, a sequela é mais estética. Nunca vi um caso que não deixasse uma cicatriz. Na forma mais grave da cutânea, que é a muco-cutânea, por atingir as mucosas, o paciente pode ter uma sinusite crônica, por exemplo. Na visceral, a pessoa vai ficar mais fraca, mais sujeita a anemia, há piora do condicionamento cardiovascular, porque é uma doença que ataca o fígado e a medula óssea. Com o tempo, o paciente vai se recuperando, mas pode deixar sequela sim.
E como ocorre a transmissão?
Thamires : O transmissor é o flebótomo, conhecido popularmente como mosquito palha. Ele transmite o protozoário por meio da picada. Os cães são hospedeiros da leishmaniose visceral. Eles não transmitem a doença, assim como ela não é transmitida entre humanos. Mas o mosquito pode picar o cachorro que está com a doença e se infectar.
Thamires : O transmissor é o flebótomo, conhecido popularmente como mosquito palha. Ele transmite o protozoário por meio da picada. Os cães são hospedeiros da leishmaniose visceral. Eles não transmitem a doença, assim como ela não é transmitida entre humanos. Mas o mosquito pode picar o cachorro que está com a doença e se infectar.
Locais úmidos e sem limpeza adequada favorecem a proliferação do mosquito-palha (Foto: Reprodução EPTV/Edson de Oliveira) |
E quais as formas de controle existentes?
Thamires : Não existe vacina contra a leishmaniose. Manter a higiene é a única solução para combater o transmissor. Quando o cachorro está infectado, a eutanásia, o sacrifício do animal, embora eu não concorde, é a única medida existente porque o tratamento humano não é eficiente para os cães. No final do ano passado, foi aprovado no Brasil um tratamento específico para os animais, que pode ser uma solução, mas ainda é pouco conhecido no país. A melhor prevenção mesmo é cuidar da higiene: manter os quintais limpos, evitar a água parada, evitar o ambiente úmido, sem folhas, fazer a pulverização, usar roupas que cobrem o corpo, repelentes, telas para proteção em áreas endêmicas. A responsabilidade tem que ser dividida, não só do poder público, mas nós, cidadão, temos que ter os cuidados para erradicar o mosquito. Talvez esse descuido da população que possa ter propagado um pouco mais o protozoário, além de alterações ambientais, como o desmatamento, que influencia na propagação da doença.
Thamires : Não existe vacina contra a leishmaniose. Manter a higiene é a única solução para combater o transmissor. Quando o cachorro está infectado, a eutanásia, o sacrifício do animal, embora eu não concorde, é a única medida existente porque o tratamento humano não é eficiente para os cães. No final do ano passado, foi aprovado no Brasil um tratamento específico para os animais, que pode ser uma solução, mas ainda é pouco conhecido no país. A melhor prevenção mesmo é cuidar da higiene: manter os quintais limpos, evitar a água parada, evitar o ambiente úmido, sem folhas, fazer a pulverização, usar roupas que cobrem o corpo, repelentes, telas para proteção em áreas endêmicas. A responsabilidade tem que ser dividida, não só do poder público, mas nós, cidadão, temos que ter os cuidados para erradicar o mosquito. Talvez esse descuido da população que possa ter propagado um pouco mais o protozoário, além de alterações ambientais, como o desmatamento, que influencia na propagação da doença.
Miguel Alekson - Químico alerta a população quanto aos cuidados que temos que ter para não pegar leishmaniose. |
Agente de Endemias Ronaldo contribui para esse momento de alerta |
Secretária Municipal de Saúde Bethania Camargo comparece a palestra para reforçar o alerta |
Convidados pelo Coordenador do NMES Denetro para participarem da Palestra |
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